quinta-feira, 5 de maio de 2011

Amor! Amor... Amor. Amor?!

         No mês em que completa 4 anos que terminei um relacionamento de 2 anos com o que considero o grande amor de minha vida, no mês em que aconteceu o casamento do século na corte inglesa e na semana em que o STF reconheceu a parceria homossexual como uma célula familiar, gostaria de falar um pouco sobre um assunto eterno, porém fora de moda nos tempos atuais: amor!
            Ai, o amor! Antigamente todos buscavam, lutavam pra encontrar a alma gêmea. Hoje em dia, quando vc fala que está à procura de namoro, de relacionamento sério, é olhada como peça de museu, como uma figura completamente retrô. Uma pessoa mergulhada em um mundo em que o que vale é a quantidade. O lema é “lavô tá novo!”.
        No universo crossdresser/transexual, esse pensamento é quase uma unanimidade, porque muitas pessoas vêem a transexualidade como um mero fetiche sexual. E as próprias cross e tvs tbm se vêem assim. Não é difícil de achar blogs, flogs e congêneres de cds expondo suas vidas sexuais, como que disputando umas com as outras quem é que fica com mais machos. Já vi blogs com mais de 150 fotos e vídeos. Detalhe: cada foto, cada vídeo com um parceiro sexual diferente. É a pós-modernidade! O contato dura até o final do clímax sexual. Gozou, limpou-se, beijinho e adeus!
             Longe de mim querer ser pudica, puritana. Sexo é bom e todo mundo gosta! Mas temos que respeitar as diferenças e escolhas de cada um. Não podemos colocar tod@s no mesmo balaio. Digo isto porque algumas vezes já fui agredida virtualmente por homens que não se conformavam pelo fato de eu não querer a famosa “real”. De eu não ser adepta do sexo casual. Daquele sistema de sair com um hoje, com outro amanhã, e mais outro, e mais outro, sucessivamente.
          De fato, especialmente nas grandes metrópoles, como Rio e São Paulo, a busca por cds é muito grande. Diria até que a procura é maior que a demanda. E isso, em tempos modernos, é muito sedutor, já que a tônica de hoje é a diversificação. Mas, por outro lado, penso que há muitas pessoas que fogem a essa lógica maluca (e até arriscada) de colecionar parceiros sexuais casuais.  É um caminho mais demorado, a longo prazo. Amor é um sentimento que vem com o tempo, como a construção de uma casa, tijolo por tijolo. E é essa a dificuldade de muita gente: esperar esse tempo. No mundo imediatista no qual vivemos, em que tudo é pra ontem, pensar na possibilidade de conhecer, se afeiçoar, gostar, se apaixonar, amar, para muitas pessoas é totalmente descabida.
             Pois é... como diz Lulu Santos, talvez eu seja a última romântica dos litorais desse Oceano Atlântico! Mas, no fundo, no fundo, quem é que não gostaria de encontrar um grande amor???? A maioria não admite, mas isso está no imaginário sentimental de tod@s!!! Quem já encontrou o seu/sua amor, erguei as mãos e dai glória a Deus! Quem não encontrou ainda - feito eu – “não se afobe não que nada é pra já, o amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio!”
Na foto, os caminhos da mão e do coração. Que meigo!

5 comentários:

  1. hummmmmmmmmmm ta boa viu querida pior e que e verdade ne abalou gata

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Paty, parabéns pelo seu texto. Você está certa, falta solidez nas relações pós-modernas. Os amores são líquidos, escorregadios, com curto prazo de validade.

    A única coisa que não gostei do texto foi o "erguei as mãos e dai glória a Deus", porque não tenho muita paciência para as músicas do Padre Marcelo (tenho que exercitar minha tolerância nesse sentido). Por outro lado, adoro o Chico Buarque: "não se afobe não que nada é pra já, o amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio!”.

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  4. Querido Ziraldo, eu tbm nao gosto das cancoes do Padre Marcelo nao. Foi só uma citacao bem humorada. Prefiro mil vezes a elegância do Chico Buarque. Obrigada por visitar o blog!

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  5. Esse imediatismo infelizmente não faz parte apenas dos relacionamentos...politicas públicas são feitas nesses moldes para angariar votos e esquecem que muito mais util e menos despendioso seria atacar a causa, deixando um legado para os proximos, e não apenas o problema.
    Nos relacionamentos o pessoal costuma seguir a "religião": me deu, é amor!

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