Dia de aniversário, para mim, é um misto de alegria e tristeza. Tempo de fazer um balanço e de agradecer. Aliás, me policio sempre a não só pedir ou me lamentar, mas tbm agradecer por estar viva, bem, e com saúde. Isso é primordial.
Revendo as minhas escolhas e a minha trajetória, fico feliz de saber que, apesar dos pesares, minha carreira profissional deslanchou, minhas relações com amig@s e familiares se fortaleceu e que, talvez por isso, tenho passado por um momento tranquilo e zen. É claro que me lamento por atitudes impensadas que, certamente, não faria novamente. Uma dessas atitudes tem a ver com um rapaz que conheci em 2008, pela internet, chamado Rafael. Tivemos um namoro relâmpago de um mês e que só terminou por minha culpa. Um rapaz lindo, em todos os sentidos, que, possivelmente, poderia me fazer muito feliz. Nosso primeiro encontro era para durar algumas horas, mas o que aconteceu é que ficamos quase dois dias juntos, nos amando, nos lençois da volúpia. Rafael era grandão, me erguia nos braços e me levava para a cama. Era um coelho carinhoso, mas tbm sabia ser um tigre que me possuía com suas garras afiadas. Ou seja: o homem que qualquer um@ quer para si.
Mas tem pessoas que chegam na vida da gente no momento errado. Na época em que o conheci, eu estava completamente envolvida na doença de um amigo muito querido que, prematuramente, falecera de câncer. Este fato me deixou fora dos eixos. Tirou-me todo o equilíbrio e harmonia que são vitais no mundo áspero em que vivemos hj. Resultado disso é que acabei me afastando do Rafael, sem mais, nem menos. Passei a não atender seus telefonemas, nem a responder seus emails e recados via MSN. E sei o quanto ele tentou-me contatar. Porém, eu, em transe (ou sei lá o quê), não dei nenhuma devolutiva.
Alguns meses depois, quando a morte de meu amigo já havia sido assimilada por mim, saí do transe e percebi a bobagem que havia feito. Tentei entrar em contato com ele, por telefone, e pelo MSN. Enviei e-mail explicando com detalhes o que havia acontecido comigo e pedindo perdão, mas não houve jeito. Nem sequer recebi uma resposta, pois certamente a mágoa que ele tinha de mim não permitiu uma reaproximação.
Como sei que a vida é assim mesmo, engoli a seco essa história e admiti, com resignação, que perdi. Talvez tenha perdido muito mais do que imagino. Afinal, encontrar uma pessoa de bom caráter, doce e atroz, manso e feroz... nos dias de hoje, é como acertar na megasena.
Pois bem... mais um ano, mais uma primavera... vamos amadurecendo e ficando mais críticos com tudo e, sobretudo, conosco mesmo! Chega uma hora que a gente não aguenta mais falsas promessas e ilusões perdidas em paraísos artificiais. E é por isso que meu rápido, porém intenso caso com Rafael está devidamente guardado em meu arquivo emocional.
No entanto, embora este episódio tenha vindo à tona, não quero passar meu aniversário me lamentando não! Até porque tenho mais motivos para celebrar, para agradecer a vida maravilhosa que tenho, sempre cercada de amig@s querid@s e de meus pais que são mais que especiais. Agradecer por tudo, pela vida, pela saúde, pelas viagens lindas que pude e posso fazer, pelas descobertas que me fazem acreditar que, sim, a vida continua bela.
Na imagem, uma foto minha recente, tirada por mim mesma no celular. “Hoje é o meu carnaval. Meu enredo é um lindo sorriso. Abra os braços e vem me encontrar no salão e sonhar também!”